Entre 2013 e 2016 mais de 341 mil empresas foram fechadas no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma análise feita pelo Sebrae mostra que o principal motivo para que tantos negócios fechem as portas é a falta de planejamento.
Perfil dos negócios fechados
25% dessas empresas atuavam no setor de serviços, que foi o mais atingido pela recessão. As microempresas – que faturam até R$ 360 mil ao ano – foram quase metade das baixas.
As grandes empresas, por sua vez, sofreram menos. Apenas 3% dos fechamentos ocorreram em negócios que faturam acima de R$ 300 milhões ao ano. Para especialistas, a forte crise econômica e a falta de caixa dos empreendedores foram as grandes responsáveis por esses números.
“O empresário tradicionalmente trabalha com perspectivas de curto prazo. Ele já começa um negócio devendo dinheiro e apostando em um retorno de investimento de três a seis anos no máximo. Com uma recessão como essa, o retorno do dinheiro vai para perto de dez anos e a empresa não aguenta”, diz Amauri Liba, professor de contabilidade e planejamento tributário da
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).
Com a palavras, os empresários
Segundo a pesquisa feita pelo Sebrae, alguns fatores poderiam ter evitado que esses negócios chegassem ao fim. Os empresários disseram que reduzir encargos e impostos, ter mais clientes e ter mais crédito seriam os três principais. Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, essas são respostas esperadas.
“Com crise ou sem crise, esses são problemas recorrentes do empresário. O banco não existe, o empreendedor não consegue crédito e, no meio da crise, as opções para sobreviver são pequenas”, diz ele, que também ressalta o peso dos impostos. “Com uma margem menor de lucros, o empresário prioriza pagar os fornecedores e os funcionários do que pagar os tributos. Isso vai destruindo a empresa”, acrescenta.
As informações são d’O Estado de S. Paulo, G1 e Exame.